Em meio às discussões dentro do governo sobre qual a fórmula a ser adotada
para evitar o repasse do salto do petróleo no mercado internacional às bombas
de combustíveis no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar sua
agenda desta quarta-feira (9) em Duque de Caxias (RJ) para ficar em Brasília e
convocou reunião para as 11h no Palácio do Planalto com pesos-pesados da
Esplanada.
De acordo com a agenda oficial do presidente, divulgada no final da noite de
terça-feira, estarão na reunião os ministros Paulo Guedes (Economia), Bento
Albuquerque (Minas e Energia) e Ciro Nogueira (Casa Civil). O presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto, também deve participar, informa o governo,
mas o compromisso ainda não consta da agenda do chefe da autoridade monetária.
O cancelamento de agenda em Duque de Caxias foi confirmado pela Secretaria
Especial de Comunicação (Secom) do governo ao Broadcast Político, mas ainda
não havia sido oficializado pelo Planalto até o fim da noite de terça.
Bolsonaro iria ao município fluminense realizar entrega de aparelhos
auditivos.
Inesperada nos bastidores do Executivo, a mudança repentina de planos ocorre
após Guedes, Ciro e Bento não chegarem a consenso em reunião desta terça sobre
qual é a melhor forma de evitar um reajuste acentuado nos preços dos
combustíveis. Enquanto a ala política segue em defesa de um subsídio
temporário, a Economia prefere mudanças estruturais na tributação, como rever
a cobrança de ICMS por Estados.
Fiel da balança em casos de divergências na Esplanada, Bolsonaro não
participou da agenda desta terça com os ministros, apesar de a questão dos
combustíveis ser considerada um grande problema para o governo. No mesmo
horário, o presidente estava reunido com lideranças evangélicas no Palácio da
Alvorada.
Até o momento, todas as opções seguem sobre a mesa, de acordo com técnicos e
ministros que participaram das tratativas ocorridas mais cedo. O petróleo está
em escalada no exterior por conta da guerra na Ucrânia e das sanções
econômicas aplicadas à Rússia.
Nesta semana, Bolsonaro reiterou críticas à política de preços da Petrobras,
que firma paridade entre reajustes do petróleo no mercado internacional e
alterações de preço nos combustíveis no País.
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